Joaquim Coimbra desbaratou a fortuna no BPN e no BPP


Joaquim Coimbra, de 67 anos, vendeu a Labesfal e a JABA por centenas de milhões de euros, meteu-se nos falidos BPN e BPP e construiu um império empresarial que vai ser entregue aos credores. 

"Só não tem tempo quem não faz nada"
Foi com este lema que, a partir de Besteiros, em Tondela, Joaquim Coimbra construiu o seu império empresarial. Em meados da década passada, vendeu, por centenas de milhões de euros, a farmacêutica Labesfal, que tinha sido fundada pelo seu sogro, tendo também comprado e alienado, em pouco tempo, a JABA.

 perdeu o grosso da fortuna na banca
"Ele [Joaquim Coimbra] vendeu a Labesfal e ganhou 260 milhões de euros; depois, comprou uma empresa (JABA) por 60 milhões e vendeu-a, passado um ano e meio, por 120 milhões; depois, foi para o BPP e perdeu dinheiro; foi para o BCP e perdeu dinheiro; veio para aqui (BPN) e perdeu dinheiro. Aqui perdeu dinheiro porque foi um palermão", afirmou Oliveira e Costa, ex-presidente do BPN, no Parlamento, em 2009.

Vinhos, indústria, energia e imobiliário
Também conhecido por ter sido dono do semanário Sol e integrado os órgãos do PSD, Coimbra tem investimentos que vão desde os vinhos e enoturismo (Global Wines e a Quinta de Cabriz) à indústria de refrigeração e painéis isotérmicos (Purever), passando pelo agro-alimentar (Nutroton), as energias renováveis (NRW), imobiliário (Turiton) e TIC (VisionWare e QuintaSinfonia). processo de liquidação em curso Falhado o PER, o casal Coimbra apresentou um PEAP onde, para saldar as dívidas de 137,4 milhões de euros, propõe a "liquidação controlada" de todo o seu património a favor dos credores.
Joaquim Coimbra, de 65 anos, conseguiu convencer os seus credores a dar-lhe mais 20 anos para pagar uma dívida gigantesca: os créditos reclamados nos dois Processos Especiais de Revitalização (PER) do empresário – o apresentado em nome individual (juntamente com a sua esposa) e o da sua "holding" pessoal JVC – rondam os 165 milhões de euros, valor que baixa para cerca de metade (81,5 milhões) quando expurgadas as garantias bancárias e outros títulos de responsabilidade.

Aprovado há um mês por 73% dos credores, o plano de recuperação financeira do casal Coimbra incide sobre créditos da ordem dos 60 milhões de euros. Ainda à espera de homologação judicial pelo Tribunal da Comarca de Coimbra, o plano propõe o pagamento (após dois anos de carência) de 17,5 milhões de euros, em prestações anuais, até 2036, ano fixado para a liquidação dos restantes 42,5 milhões de euros. 

Jornal de negocios

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