A Comissão Europeia propôs hoje a
atribuição de 50,6 milhões de euros a Portugal, ao abrigo do Fundo de
Solidariedade da União Europeia, na sequência dos devastadores incêndios
florestais do verão e de outubro do ano passado.
Em
conferência de imprensa, em Bruxelas, a comissária responsável pela
Política Regional anunciou que o executivo comunitário propôs hoje
formalmente a atribuição de 104 milhões de euros do Fundo de
Solidariedade a quatro Estados-membros atingidos por catástrofes
naturais em 2017, sendo quase metade desse montante destinado a
Portugal.
Corina
Cretu admitiu que fica particularmente feliz por poder anunciar este
apoio a Portugal, após ter ficado “completamente chocada” e “emocionada”
quando visitou, no final do ano passado, zonas afetadas pelos
incêndios, e ter visto “tanta dor”.
“Tenho
boas notícias hoje: a Comissão aceitou as candidaturas de Portugal,
Espanha, França e Grécia para receber apoio do Fundo de Solidariedade da
UE após as catástrofes naturais que atingiram estes países em 2017. No
total, mobilizamos mais de 100 milhões de euros”, sendo sensivelmente
metade destinados a “apoiar os esforços de Portugal para recuperar após
os devastadores incêndios florestais do ano passado”, começou por dizer.
“Gostaria
de referir que visitei a região centro no final do ano passado e fiquei
completamente chocada com a extensão dos danos. Vi tanta dor após a
tragédia que tirou tantas vidas humanas (…) Estou tão feliz por poder
trazer estas boas notícias hoje. Fiquei muito comovida com o que vi e ao
falar com pessoas cujas vidas foram afetadas pela tragédia”,
acrescentou a comissária.
O
executivo comunitário lembra que já entregou a Portugal, em novembro de
2017, uma primeira parcela do auxílio no valor de 1,5 milhões de euros
proveniente do Fundo de Solidariedade da UE, além de ter prestado aos
quatro países ajuda de emergência através do seu mecanismo de proteção
civil e dos serviços do satélite Copernicus, concedendo-lhes apoio
financeiro ao permitir-lhes beneficiar da flexibilidade prevista no
quadro dos programas de fundos da UE.
“Em
agosto de 2017, 45 milhões de euros provenientes dos fundos da política
de coesão no âmbito do Programa Operacional Regional do Centro foram
reorientados a fim de ajudar as empresas locais afetadas pelos incêndios
e recuperar as infraestruturas públicas. O Programa de Desenvolvimento
Rural para Portugal Continental foi posteriormente alterado de forma a
aumentar o montante destinado à prevenção de incêndios florestais em 22
milhões de euros”, aponta o executivo comunitário.
A
comissária confirmou que, em virtude de os danos financeiros causados
pelos fogos de junho não serem suficientes para acionar o Fundo de
Solidariedade, a candidatura portuguesa juntou os incêndios do verão e
os de outubro, pelo que “a proposta apresentada hoje cobre todos os
fogos florestais” do ano passado, e o montante de 50,6 milhões de euros
inclui os 1,5 milhões adiantados em novembro.
Na
proposta hoje adotada - que terá de ser aprovada pelo Parlamento
Europeu e pelo Conselho da UE -, a Comissão Europeia destina ainda 49
milhões de euros para as regiões ultraperiféricas francesas de São
Martinho e Guadalupe, na sequência dos furacões Irma e Maria, em
setembro de 2017, 3,2 milhões de euros para Espanha pelos incêndios na
Galiza, e 1,3 milhões de euros para a ilha grega de Lesbos, na sequência
do sismo de junho do ano passado.
Agencia Lusa
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